terça-feira, 6 de novembro de 2012

Mário de Andrade - Macunaíma



Macunaíma
   
      Macunaíma nascido no meio da floresta amazônica e tendo como característica forte a preguiça e suas traquinagens é deixado pela mãe na floresta. No seio da floresta ele conhece Curupira. Macunaíma é pego em uma de suas brincadeiras e apenas escapa por causa de sua preguiça. Também considerado herói, mas um herói de mau caráter, mulherengo capaz de seduzir até mesmo a própria cunhada, mulher de Jiguê, mas como todo aproveitador acaba apaixonando-se por uma deusa.

      Cí deusa da mata virgem com quem tem um filho, este filho vem ao óbito ao mamar no seio de sua mãe que estava envenenada, pois havia sido picada pela cobra negra. Triste Cí parte deste mundo deixando a ele um artefato chamado muiraquitã. Macunaíma parte rumo à floresta, pois o mesmo se encontra triste, Encontra o monstro Capei ao luta e perde o artefato que havia ganhado.

       Acompanhado de seus irmãos ele parte rumo a São Paulo para recuperar muiraquitã. O Artefato foi vendido à Venceslau Pietro o gigante Paimã por um mariscador. O Príncipe trava enormes batalhas contra o gigante e acaba por conhecer a deusa do Sol e promete a ela que casaria com uma de suas filhas, mais no mesmo dia ele dorme com uma portuguesa e acaba por voltar à aldeia das mulheres sem homens, porém ele recebe uma maldição.
Consumido pelo calor da carne, ele dorme com uma Uiara um monstro disfarçado de uma bela mulher e acaba sendo morto e se transforma em uma constelação a Ursa Maior

segunda-feira, 5 de novembro de 2012

Luís de Camões


             

Luís de Camões

        

                                Alma minha gentil, que te partiste.”

Alma minha gentil, que te partiste.

Tão cedo desta vida descontente,

Repousa lá no Céu eternamente,

E viva eu lá na terra sempre triste.

Se lá no assento Etéreo, onde subiste,

Memória desta vida se consente,

Não te esqueças daquele amor ardente

Que já nos olhos meus tão puro viste.

E se vir que pode merecer-te

Alguma cousa a dor que me ficou

Da mágoa, sem remédio, de perder-te,

Roga a Deus, que teus anos encurtou,

Que tão cedo de cá me leve a ver te,

quão cedo de meus olhos te levou.

 

 

Resenha: Soneto “Alma minha gentil, que te partiu”- Camões.

 

O eu-lírico fala do seu ser amado que, precocemente partiu para repousar no céu eternamente, deixando- o aqui na terra muito triste.

Na sua lembrança ficou o seu amor, ardente e puro ao mesmo tempo, que lhe trouxe toda a dor e magoa que ela deixou quando partiu tão cedo.

 Tudo que era relacionado à amada era aceito por ele, inclusive a própria morte, ou seja, ele pede à amada rogar a Deus por ele, para que tenha a oportunidade de ver o olhar novamente dela,acabando assim com seu sofrimento.

O seu amor é eterno, e após a morte da amada, torna-se uma tortura sua vivência sem ela na terra .

 

Bibliografia:

Coleção literatura portuguesa.
O Auto da Barca do Inferno


O Auto da Barca do Inferno, de Gil Vicente: Quando uma obra começa com a palavra “Auto”, podemos entender que se trata de uma designação genérica para peça, pequena representação teatral.

Por se tratar de uma obra escrita entre a Idade Média para a Idade moderna,  vemos que  aparecem os valores morais das duas épocas: Sendo Deus uma característica medieval, e existe também uma crítica a sociedade da época.
A história então, fala sobre o juízo  final segundo o catolicismo. Cada um era julgado segundo seu comportamento em vida.
Primeiro chega o fidalgo. Representa a nobreza e é condenado ao inferno por seus pecados: tirania e luxúria.  Este, julga-se merecedor do céu, pois haviam muitas pessoas rezando por ele. Só que foi recusado pelo anjo, e se vê obrigado a embarcar na barca do inferno, e ainda assim, tenta convencer o diabo a deixa-lo rever sua companheira, pois ela sente muito a sua falta.  Logo, o diabo acaba com seu bom sentimento e diz que ela o estaria enganando.
Depois, chega um agiota, que foi condenado por ganância e avareza. Em uma tentativa frustrada de convencer o anjo a ir para o céu, ele tenta convencer o diabo de o deixar voltar para pegar sua riqueza, mas também não conseguiu e acaba embarcando.
O terceiro indivíduo a chegar é um tolo, ingênuo conhecido como parvo.  O diabo logo tenta convencê-lo a embarcar, mas quando parvo descobre qual é o destino dela, tenta falar com o anjo. Então, o anjo o acolhe na barca que vai ao céu.
O sapateiro: Chega com todos os instrumentos de trabalho.  Enquanto estava vivo, enganou muitas pessoas, e logo tenta enganar o diabo. Como não consegue, tenta o anjo, que o condena como alguém que roubou do povo.
O frade: Esse chega com a sua amante, e sente-se extremamente ofendido quando é convidado pelo diabo a entrar na barca. Imaginou que, sendo um eclesiástico, seria perdoado. Então descobriu que fora condenado ao inferno por falso moralismo religioso.
Brísida Vaz: Feiticeira e alcoviteira é recebida pelo diabo, que lhe diz que seu bem maior  são “seiscentos virgos postiços” (Hímen, que representa a virgindade). Ela era uma espécie de cafetina, que prostituia jovens virgens, e provavelmente enganou seiscentos homens, dizendo que essas eram virgens. Tenta convencer o anjo, mas é inúil. Foi condenada por prostituição e feitiçaria.
Os judeus e cristãos novos: Essa parte do livro nos faz refletir em preconceito antissemita do autor. Vale lembrar que, naquela época muitos judeus  foram expulsos de Portugal, e os poucos que ficaram, tiveram que se converter, sendo assim chamados de “cristãos novos”.
Então, quando o judeu chegou, estava acompanhado por um bode. Vai até o diabo, e pede para embarcar, mas o diabo recusa-se a  levá-lo. Ele tenta subornar o diabo, e este responde que não será possível a entrada de um bode. Então, ele dirige-se ao anjo, e logo é impedido por não aceitar o cristianismo.
Representantes do judiciário:  Chegam o corregador (Magistrado) e o procurador, e trazem consigo livros e processos. Com isso, começam a articular suas defesas e encaminham-se ao anjo. Na barca do céu, os anjos os impede de entrar, por terem sido condenados a barca do inferno por manipularem a justiça em benefício próprio.  Eles também, tem familiaridade com Brísida Vaz,  por que houve troca de serviços entre eles.
O enforcado:  Este acredita na salvação pois na vida, já foi julgado e enforcado. Mas foi condenado também por corrupção.
Os quatro cavaleiros: Estes lutaram e morreram defendendo o cristianismo, portanto foram recebidos pelo anjo imediatamente.

Todos os personagens que têm como destino o inferno possuem algumas características comuns, chegam trazendo consigo objetos terrenos, representando seu apego à vida; por isso, tentam voltar. E os personagens a quem se oferece o céu são cristãos e puros. Você pode perceber que o mundo aqui ironizado pelo autor é maniqueísta: o bem e o mal, o bom e o ruim são metades de um mundo moral simplificado.