segunda-feira, 5 de novembro de 2012

Luís de Camões


             

Luís de Camões

        

                                Alma minha gentil, que te partiste.”

Alma minha gentil, que te partiste.

Tão cedo desta vida descontente,

Repousa lá no Céu eternamente,

E viva eu lá na terra sempre triste.

Se lá no assento Etéreo, onde subiste,

Memória desta vida se consente,

Não te esqueças daquele amor ardente

Que já nos olhos meus tão puro viste.

E se vir que pode merecer-te

Alguma cousa a dor que me ficou

Da mágoa, sem remédio, de perder-te,

Roga a Deus, que teus anos encurtou,

Que tão cedo de cá me leve a ver te,

quão cedo de meus olhos te levou.

 

 

Resenha: Soneto “Alma minha gentil, que te partiu”- Camões.

 

O eu-lírico fala do seu ser amado que, precocemente partiu para repousar no céu eternamente, deixando- o aqui na terra muito triste.

Na sua lembrança ficou o seu amor, ardente e puro ao mesmo tempo, que lhe trouxe toda a dor e magoa que ela deixou quando partiu tão cedo.

 Tudo que era relacionado à amada era aceito por ele, inclusive a própria morte, ou seja, ele pede à amada rogar a Deus por ele, para que tenha a oportunidade de ver o olhar novamente dela,acabando assim com seu sofrimento.

O seu amor é eterno, e após a morte da amada, torna-se uma tortura sua vivência sem ela na terra .

 

Bibliografia:

Coleção literatura portuguesa.

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