terça-feira, 6 de novembro de 2012

Mário de Andrade - Macunaíma



Macunaíma
   
      Macunaíma nascido no meio da floresta amazônica e tendo como característica forte a preguiça e suas traquinagens é deixado pela mãe na floresta. No seio da floresta ele conhece Curupira. Macunaíma é pego em uma de suas brincadeiras e apenas escapa por causa de sua preguiça. Também considerado herói, mas um herói de mau caráter, mulherengo capaz de seduzir até mesmo a própria cunhada, mulher de Jiguê, mas como todo aproveitador acaba apaixonando-se por uma deusa.

      Cí deusa da mata virgem com quem tem um filho, este filho vem ao óbito ao mamar no seio de sua mãe que estava envenenada, pois havia sido picada pela cobra negra. Triste Cí parte deste mundo deixando a ele um artefato chamado muiraquitã. Macunaíma parte rumo à floresta, pois o mesmo se encontra triste, Encontra o monstro Capei ao luta e perde o artefato que havia ganhado.

       Acompanhado de seus irmãos ele parte rumo a São Paulo para recuperar muiraquitã. O Artefato foi vendido à Venceslau Pietro o gigante Paimã por um mariscador. O Príncipe trava enormes batalhas contra o gigante e acaba por conhecer a deusa do Sol e promete a ela que casaria com uma de suas filhas, mais no mesmo dia ele dorme com uma portuguesa e acaba por voltar à aldeia das mulheres sem homens, porém ele recebe uma maldição.
Consumido pelo calor da carne, ele dorme com uma Uiara um monstro disfarçado de uma bela mulher e acaba sendo morto e se transforma em uma constelação a Ursa Maior

segunda-feira, 5 de novembro de 2012

Luís de Camões


             

Luís de Camões

        

                                Alma minha gentil, que te partiste.”

Alma minha gentil, que te partiste.

Tão cedo desta vida descontente,

Repousa lá no Céu eternamente,

E viva eu lá na terra sempre triste.

Se lá no assento Etéreo, onde subiste,

Memória desta vida se consente,

Não te esqueças daquele amor ardente

Que já nos olhos meus tão puro viste.

E se vir que pode merecer-te

Alguma cousa a dor que me ficou

Da mágoa, sem remédio, de perder-te,

Roga a Deus, que teus anos encurtou,

Que tão cedo de cá me leve a ver te,

quão cedo de meus olhos te levou.

 

 

Resenha: Soneto “Alma minha gentil, que te partiu”- Camões.

 

O eu-lírico fala do seu ser amado que, precocemente partiu para repousar no céu eternamente, deixando- o aqui na terra muito triste.

Na sua lembrança ficou o seu amor, ardente e puro ao mesmo tempo, que lhe trouxe toda a dor e magoa que ela deixou quando partiu tão cedo.

 Tudo que era relacionado à amada era aceito por ele, inclusive a própria morte, ou seja, ele pede à amada rogar a Deus por ele, para que tenha a oportunidade de ver o olhar novamente dela,acabando assim com seu sofrimento.

O seu amor é eterno, e após a morte da amada, torna-se uma tortura sua vivência sem ela na terra .

 

Bibliografia:

Coleção literatura portuguesa.
O Auto da Barca do Inferno


O Auto da Barca do Inferno, de Gil Vicente: Quando uma obra começa com a palavra “Auto”, podemos entender que se trata de uma designação genérica para peça, pequena representação teatral.

Por se tratar de uma obra escrita entre a Idade Média para a Idade moderna,  vemos que  aparecem os valores morais das duas épocas: Sendo Deus uma característica medieval, e existe também uma crítica a sociedade da época.
A história então, fala sobre o juízo  final segundo o catolicismo. Cada um era julgado segundo seu comportamento em vida.
Primeiro chega o fidalgo. Representa a nobreza e é condenado ao inferno por seus pecados: tirania e luxúria.  Este, julga-se merecedor do céu, pois haviam muitas pessoas rezando por ele. Só que foi recusado pelo anjo, e se vê obrigado a embarcar na barca do inferno, e ainda assim, tenta convencer o diabo a deixa-lo rever sua companheira, pois ela sente muito a sua falta.  Logo, o diabo acaba com seu bom sentimento e diz que ela o estaria enganando.
Depois, chega um agiota, que foi condenado por ganância e avareza. Em uma tentativa frustrada de convencer o anjo a ir para o céu, ele tenta convencer o diabo de o deixar voltar para pegar sua riqueza, mas também não conseguiu e acaba embarcando.
O terceiro indivíduo a chegar é um tolo, ingênuo conhecido como parvo.  O diabo logo tenta convencê-lo a embarcar, mas quando parvo descobre qual é o destino dela, tenta falar com o anjo. Então, o anjo o acolhe na barca que vai ao céu.
O sapateiro: Chega com todos os instrumentos de trabalho.  Enquanto estava vivo, enganou muitas pessoas, e logo tenta enganar o diabo. Como não consegue, tenta o anjo, que o condena como alguém que roubou do povo.
O frade: Esse chega com a sua amante, e sente-se extremamente ofendido quando é convidado pelo diabo a entrar na barca. Imaginou que, sendo um eclesiástico, seria perdoado. Então descobriu que fora condenado ao inferno por falso moralismo religioso.
Brísida Vaz: Feiticeira e alcoviteira é recebida pelo diabo, que lhe diz que seu bem maior  são “seiscentos virgos postiços” (Hímen, que representa a virgindade). Ela era uma espécie de cafetina, que prostituia jovens virgens, e provavelmente enganou seiscentos homens, dizendo que essas eram virgens. Tenta convencer o anjo, mas é inúil. Foi condenada por prostituição e feitiçaria.
Os judeus e cristãos novos: Essa parte do livro nos faz refletir em preconceito antissemita do autor. Vale lembrar que, naquela época muitos judeus  foram expulsos de Portugal, e os poucos que ficaram, tiveram que se converter, sendo assim chamados de “cristãos novos”.
Então, quando o judeu chegou, estava acompanhado por um bode. Vai até o diabo, e pede para embarcar, mas o diabo recusa-se a  levá-lo. Ele tenta subornar o diabo, e este responde que não será possível a entrada de um bode. Então, ele dirige-se ao anjo, e logo é impedido por não aceitar o cristianismo.
Representantes do judiciário:  Chegam o corregador (Magistrado) e o procurador, e trazem consigo livros e processos. Com isso, começam a articular suas defesas e encaminham-se ao anjo. Na barca do céu, os anjos os impede de entrar, por terem sido condenados a barca do inferno por manipularem a justiça em benefício próprio.  Eles também, tem familiaridade com Brísida Vaz,  por que houve troca de serviços entre eles.
O enforcado:  Este acredita na salvação pois na vida, já foi julgado e enforcado. Mas foi condenado também por corrupção.
Os quatro cavaleiros: Estes lutaram e morreram defendendo o cristianismo, portanto foram recebidos pelo anjo imediatamente.

Todos os personagens que têm como destino o inferno possuem algumas características comuns, chegam trazendo consigo objetos terrenos, representando seu apego à vida; por isso, tentam voltar. E os personagens a quem se oferece o céu são cristãos e puros. Você pode perceber que o mundo aqui ironizado pelo autor é maniqueísta: o bem e o mal, o bom e o ruim são metades de um mundo moral simplificado.







terça-feira, 18 de setembro de 2012

Realismo

 

No fim do século XIX, os escritores realistas determinam o fim das idealizações românticas e anunciam um complexo mundo de relações sociais arquitetadas pelas aparências e pelos jogos de interesse. Objetividade, verossimilhança e fidedignidade eram, ao mesmo tempo, as buscas e os instrumentos daqueles escritores que entendiam a literatura como ambiente de observação, reflexão e debate a cerca da vida e do mundo. Os contos e romances deveriam abrigar os pensamentos filosóficos e, para tanto, desenvolver estratégias que diminuíssem ao máximo as situações irrealistas típicas dos romances românticos que predominavam durante aquele século. As propostas de representação fiel do mundo se unem à concepção do artista como um observador que concentra o olhar sobre os menores detalhes do objeto que descreve de maneira semelhante ao rigor com que um cientista analisa sua matéria de estudo.


Contexto Histórico

Fatos importantes


1871 - Início do Realismo em Portugal

1881 - Início do Realismo no Brasil

1889 - Proclamação da República no Brasil

1914 - Início da I Guerra Mundial

1915 - Fim do Realismo em Portugal

1922 - Fim do Realismo no Brasil


O movimento se desenvolve durante a segunda fase da revolução Industrial (a partir de 1870) e diversas obras do período apresentam, como protagonistas, indivíduos pertencentes ao prolitarietado urbano. A realidade dos operários e dos demais setores marginalizados da população é tratada à luz das teorias sociológicas emergentes, além disso, as personagens ganham personalidades mais complexas, se comparadas às personagens mais românticas a partir de certa densidade psicológica desenvolvida pelos escritores. Em um mundo marcado por divisões econômicas, as fronteiras entre o social e o psicológico quase sempre determinam o jogo realista de "aparências versus essência".

Muitas vezes, os textos realistas servem como instrumentos de denúncia das desigualdades sociais e ocorrem ataques contundentes ao clero e ao conservadorismo da Igreja Católica.

A burguesia também é criticada por transformar as relações sociais e os próprios indivíduos em simples mercadoria (na medida em que esses vendem sua força de trabalho). O capitalismo torna-se um dos alvos centrais das obras literárias do período.

O movimento procura atender às necessidades impostas pelo novo contexto histórico-cultural, através do combate a toda forma romântica e idealizada de ver a realidade, a crítica a sociedade e a falsidade de seus valores e intituições (Estado, Igreja, casamento e família).


Características


Objetivismo; Descrições e adjetivações objetivas; Linguagem culta e direta; Mulher não idealizada; Amor e outros interesses subordinados aos interesses sociais; Herói problemático; Narrativa lenta, tempo psicológico; Personagens trabalhados psicologicamente.


Autores


Dentre muitos, destacamos José Maria de Eça de Queiroz, autor que, como nenhum outro, conseguiu trabalhar a temática realista e é considerado o maior romancista português de todo o século XIX.

Nasceu em Póvoa do Varzim 1845, passou a infância e juventude longe dos pais, pois estes não eram casados, estudou direito na Universidade de Coimbra. Ligou-se por essa ocasião ao grupo renovador chamado “Escola de Coimbra”, responsável pela introdução do Realismo em Portugal.

Dedicou-se ao jornalismo depois de formado, e viajou pelo Oriente. Em 1871, participou das“Conferências Democráticas do Cassino Lisbonense” –

É o representante maior da prosa realista em Portugal. Grande renovador do romance, abandonou a linha romântica e estabeleceu uma visão critica da realidade.

Morreu no dia 16 de Agosto de 1900 em Paris. Deixou um episódio literário que veio a ser publicado aos poucos.


Obras


O Crime do Padre Amaro , 1876. Segunda edição refundida , 1880.

O Primo Basílio , 1878.

O Mandarim , 1880.

A Relíquia , 1887.

Os Maias , 1888.

Uma Campanha Alegre , 1890 e 1891.

A Ilustre Casa de Ramires , 1900.

Correspondência de Fradique Mendes , 1900.

Dicionário de Milagres , 1900.

A Cidade e as Serras , 1901.

Contos , 1902.

Prosas Bárbaras , 1903.

Cartas de Inglaterra , 1905.

Ecos de Paris , 1905.

Cartas Familiares e Bilhetes de Paris (1893 – 1896) , 1907.

Notas Contemporâneas , 1909.

A Capital , 1925.

O Conde de Abranhos e A Catástrofe , 1925.

Correspondência , 1925.

Alves & Cia , 1926.

O Egito , 1926.

Cartas Inéditas de Fradique Mendes e Mais Páginas Esquecidas , 1929.

Novas Cartas Inéditas de Eça de Queiróz , 1940.

Crônicas de Londres , 1944.

Cartas de Lisboa , Correspondência do Reino , 1944.

Cartas de Eça de Queiróz , 1945.

A Tragédia da Rua das Flores , 1980.


Resumo e Análise da Obra "O Crime do Padre Amaro" de Eça de Queiroz


O Crime do Padre Amaro foi publicado em 1875, porém sua edição definitiva só foi publicada em 1880. Primeiro romance de Eça de Queiroz, com esse, ele também inaugura, na prosa, a estética do realismo-naturalismo em Portugal. A obra caracteriza-se pelo combate ao idealismo romântico que se estabelecia até então, em prol de uma visão mais crítica da sociedade.

Nesta época a sociedade ocidental estava passando por grandes mudanças, o racionalismo  passava a ser o carro chefe em diversas áreas, como na ciência, política e as artes. Problemas sociais passam a ser discutidos e são temas de grandes obras literárias.

Nessa obra, o autor retrata a vida clerical, expõe como alguns padres podem ser corruptos e favorecer a elite em cima da população mais carente, a questão do celibato, a sexualidade é vista como uma coisa mais carnal, o homem controla os seus impulsos devido ao que a sociedade propõe o moralismo, mas a essência é instintiva, e acaba por agir pelos impulsos naturais.


Enredo


Após perder os pais, que serviram à marquesa de Alegros, Amaro cai nas graças da mulher, que o toma como agregado, planejando criá-lo para o sacerdócio. Isso acaba se efetivando, apesar da ausência de vocação e de interesse do jovem, que, desde cedo, possuía uma índole libidinosa. Triste e resignado, Amaro se ordena padre, sempre tentando conter os fortes impulsos sexuais que sente.

Embora temesse a Deus e fosse devoto, odeia a vida eclesiástica que lhe fora imposta. Depois de exercer seu ofício em uma província interiorana, consegue, por influência da condessa de Ribamar – filha de sua protetora, a marquesa –, mudar-se para Leiria.

O fato que desencadeia a ofensiva de Amaro sobre Amélia é algo que o jovem padre presencia: certo dia, ao chegar à residência da senhora Joaneira, encontra-a na cama com o cônego Dias. A partir daí, apesar de ter mudado de casa, Amaro vai perdendo os escrúpulos e se deixa levar pela atração sexual, seguindo o exemplo de seu antigo mestre.

João Eduardo, enciumado, publica anonimamente no jornal local um artigo em que denuncia a imoralidade de alguns padres de Leiria, especialmente de Amaro. Esse fica indignado e passa a evitar Amélia — pensa até mesmo em abandonar o sacerdócio. No entanto, os padres descobrem o autor do texto polêmico e levam João Eduardo a deixar a cidade.

É nesse momento que, no auge do desejo, Amaro e Amélia trocam o primeiro beijo. Para facilitar a sedução, Amaro se torna o confessor de Amélia, o que revolta João Eduardo, levando-o a dar um soco no pároco na rua. Após retirar a queixa contra seu agressor e ser visto como um santo pelas beatas (entre as quais Amélia), Amaro conduz a jovem para seu quarto e os dois têm a primeira relação sexual.

A nova criada do padre, Dionísia, alerta para o perigo dessa exposição e lhe recomenda que ache um local secreto para os encontros amorosos. A solução é a casa do sineiro da igreja, o Tio Esguelhas, deficiente que vive com uma filha, Antônia, a Totó. A desculpa para os encontros é a preparação de Amélia para se tornar freira e também ler textos religiosos a Totó.

O fascínio que Amaro exerce sobre Amélia é cada vez maior, até que ela começa a ter crises de consciência. A pedido da senhora Joaneira, o cônego Dias investiga o caso e fica sabendo, por meio de Totó, o que ocorria entre seu pupilo e a moça. Após uma discussão e trocas de acusações entre os dois, porém, o cônego e o padre passam a se tratar como sogro e genro.

Amélia então engravida o que leva Amaro ao desespero. Com o cônego Dias, decidem casá-la com João Eduardo quanto antes. Ela se revolta com a ideia, mas acaba aceitando, o que faz com que o padre amante sinta ciúme. Para consolá-lo, decidem, então, continuar os encontros amorosos após o casamento.

O ex-noivo de Amélia, contudo, não é encontrado, o que os leva a buscar outra solução, já que fica cada vez mais difícil ocultar a gravidez. A histeria da moça aumenta, até que optam por enviá-la ao subúrbio para cuidar de dona Josefa, beata enferma irmã do cônego, enquanto os outros passam uma temporada na praia.

Entristecida por se separar da mãe e pelo abandono de Amaro, que permanece em Leiria, Amélia fica angustiada e entra em profunda crise. A situação é agravada pela censura de dona Josefa. A jovem encontra consolo então no bom abade Ferrão, um dos poucos personagens apresentados como íntegros na narrativa. Ele ouve a confissão de Amélia e a aconselha a superar a atração que ainda sente pelo padre. Amaro, ao saber disso, cego de desejo e ciúme, procura mais uma vez Amélia, que não resiste e se entrega novamente. O abade, por outro lado, tenta inutilmente unir a moça com o reaparecido João Eduardo, ainda apaixonado por ela.

O momento do parto se aproxima, e Amaro é aconselhado por Dionísia a enviar o bebê a uma“tecedeira de anjos”, mulher que mata recém-nascidos indesejados. Nasce a criança, que o pai leva à ama encarregada de fazer com que desapareça, em troca de pagamento.

Amélia não resiste e, pouco tempo depois, sofre de convulsões e morre. Amaro, triste por causa da morte da amante, tenta recuperar o filho, mas é tarde. A criança já havia sido morta. Traumatizado, ele sai de Leiria e é transferido. Em Lisboa, buscando de novo a ajuda do conde de Ribamar, reencontra o cônego Dias. Ambos concluem que o remorso sentido pelo caso havia sido superado. Afinal, “tudo passa”.


Conclusão


Os autores do realismo escreviam sobre a realidade de um mundo com seus problemas cotidianos, mostrando a vida como ela é, fazendo uma sondagem da alma humana, apresentando personagens com seus defeitos e um mundo onde o capitalismo impera, além de críticas e denúncias dos problemas sociais como, por exemplo, miséria, pobreza, exploração, corrupção, adultério, entre outros Estavam preocupados em mostrar o que há por trás da ficção e da fantasia, deixando para trás todo o idealismo romântico e sonhador.


Referências Bibliográficas
QUEIRÓS, Eça. O crime do Padre Amaro. Rio de Janeiro: Edições de Ouro, 1969.

segunda-feira, 17 de setembro de 2012

O Romantismo


 
                                            Imagem O naufrágio de William Turner
 Os pioneiros no Romantismo foram, Alemanha e Inglaterra, mas foi a França que divulgou a nova tendência.
Na segunda metade do século XVIII, o Ocidente presencia uma expressiva transformação na sua vida cultural com o surgimento da burguesia moderna, e com ela, o individualismo e valorização da originalidade.
 A burguesia pensava que já tinha o poder econômico e queria também o poder político, para adentrar de vez na sociedade do período. E para isso era preciso modificar a mentalidade deste povo influenciando através da cultura da época. Com a Revolução francesa e a Independência dos Estados Unidos o Romantismo se consolidou, como estilo de época, com os ideais liberais.
Esse período coincide com a queda do sistema de governo despótico e o surgimento do liberalismo político. No Brasil coincide com a independência política de 1822, a guerra do Paraguai e a campanha abolicionista.
Três revoluções se destacam nesse contexto:
Revolução Industrial: Que modificou as antigas relações econômicas, estabelecendo na Europa uma nova política com ascensão da burguesia capitalista industrial, que luta para ter também o poder político, com a intenção de ter acesso na sociedade do período.
 Revolução Francesa e a Independência dos Estados Unidos tiveram papel fundamental na consolidação do Romantismo como estilo de época. A classe burguesa, agente desses fatos históricos, e a partir daí muito influente, passa a manifestar um padrão artístico próprio, através do qual opõe emoção ao sentimento racional, a liberdade do gênio criador, à obediência às regras clássicas, o individualismo à opressão, de uma sociedade injusta e desigual.
 A Revolução Francesa é o clímax desse século de oposição.  Afinal, essas tendências literárias individualistas identificavam-se amplamente com os princípios revolucionários franceses de derrubada do Absolutismo e ascensão da burguesia ao poder, através de uma aliança com camadas populares.
Em Portugal, os ideais desse novo estilo encontram, a exemplo do que ocorrera na França, um ambiente adequado ao seu teor revolucionário. Opunham-se naquele país duas forças políticas: os monarquistas, que pretendiam a manutenção do regime vigente, depois da expulsão das tropas napoleônicas que tinham invadido o país em 1806, e os liberais, que pretendiam sepultar de vez a Monarquia. A Revolução Constitucionalista do Porto (1820) representou um marco na luta liberal, mas os monarquistas conseguiram manter o poder durante todo o período, marcando com perseguições as biografias de muitos escritores daquele país, quase sempre adeptos do Liberalismo. O movimento romântico nasceu dentro de uma atmosfera política bastante conturbada, que defendia a implantação do liberalismo no país. Esse movimento tinha por objetivo a implantação de uma política de cortes, eleita por todas as classes sociais. De um lado, D. Pedro IV (D. Pedro I do Brasil) representava o liberalismo; de outro, D. Miguel, seu irmão absolutista. Derrotado, D. Pedro cede o trono português ao irmão e só consegue reavê-lo em 1834, quando o liberalismo finalmente vence. É em meio a esse desenrolar de anos tão caóticos, de lutas entre liberais e conservadores, que os românticos foram implantando as reformas literárias. Há três momentos distintos no desenvolvimento do Romantismo português:
  1º Romantismo (ou primeira geração): atuante entre os anos de 1825 e 1840, ainda bastante ligados ao Classicismo, contribui para a consolidação do liberalismo em Portugal. Começa a narrar assuntos contemporâneos e sobre o cotidiano do homem burguês. Valorização do homem emotivo, intuitivo no lugar da racionalidade, subjetivismo e fuga da realidade. Chamada de geração nacionalista no Brasil, apresenta exaltação à natureza, criação do herói na figura do índio, sentimentalismo e a religiosidade são algumas das características marcantes da chamada geração indianista.
  2º Romantismo (ou segunda geração): também conhecido como Ultrarromantismo, marcado pelo exagero, desequilíbrio, sentimentalismo, prevalece até 1860. Chamada de geração do mal-do-século, apresenta negativismo, desilusão, tédio e dúvida. Culto ao egocentrismo, religiosidade, naturalismo, apego ao intimismo e valores extremados são chamados de ultra-românticos. A fuga da realidade é um dos temas preferidos que se manifesta na exaltação da morte e nas virgens sonhadoras.  
  3º Romantismo (ou terceira geração): de 1860 a 1870, é considerado momento de transição, por já anunciar o Realismo. Traz um Romantismo mais equilibrado, regenerado. Caracterizada pela poesia social e libertária, denuncia dos males sociais, revelação das fragilidades. Conhecida como geração condoeira.
A história do Romantismo no Brasil confunde-se com a própria história política brasileira da primeira metade do século passado. Com a invasão de Portugal por Napoleão, a Coroa portuguesa muda-se para o Brasil em 1808 e eleva a colônia à categoria de Reino Unido, ao lado de Portugal e Algarves.
Após 1822, cresce no Brasil independente o sentimento de nacionalismo, busca-se o passado histórico, exalta-se a natureza da pátria; na realidade, características já cultivadas na Europa e que se encaixavam perfeitamente à necessidade brasileira de ofuscar profundas crises sociais, financeiras e econômicas. De 1823 a 1831, o Brasil viveu um período conturbado como reflexo do autoritarismo de D. Pedro I: a dissolução da Assembléia Constituinte; a Constituição outorgada; a Confederação do Equador; a luta pelo trono português contra seu irmão D. Miguel; a acusação de ter mandado assassinar Líbero Badaró e, finalmente, a abdicação. Segue-se o período regencial e a maioridade prematura de Pedro II. É neste ambiente confuso e inseguro que surge o Romantismo brasileiro, carregado de lusofobia e, principalmente, de nacionalismo.
 As consequências desse fato são inúmeras. A vida brasileira altera-se profundamente, o que de certa forma contribui para o processo de independência política da nação. Dentre essas consequências, "a proteção ao comércio, à indústria, à agricultura; as reformas do ensino, criações de escolas de nível superior e até o plano, que se realizou, de criação de uma universidade; as missões culturais estrangeiras, convidadas e aceitas pela hospitalidade oficial, no setor das artes e das ciências; as possibilidades para o comércio do livro; a criação de tipografias, princípios de atividade editorial e da imprensa periódica; a instalação de biblioteca pública, museus, arquivos; o cultivo pela oratória religiosa e das representações cênicas". A dinamização da vida cultural da colônia e a criação de um público leitor (mesmo que, inicialmente, de jornais) criam algumas das condições necessárias para o florescimento de uma literatura mais consistente e orgânica do que eram as manifestações literárias dos séculos XVII e XVIII. A Independência política, de 1822, desperta na consciência de intelectuais e artistas nacionais a necessidade de criar uma cultura brasileira identificada com suas próprias raízes históricas, linguísticas e culturais.O Romantismo, além de seu significado primeiro o de ser uma reação à tradição clássica, assume nossa literatura a conotação de um movimento anticolonialista e antilusitano, ou seja, de rejeição à literatura produzida na época colonial, em virtude do apego dessa produção aos modelos culturais portugueses.
O Romantismo foi caracterizado como se fosse uma visão do mundo que se contrariava com o racionalismo.
Quando se iniciou o movimento era apenas uma atitude, como se fosse um estado de espírito, porém mais tarde ele se tornou uma forma de movimento e o espírito romântico passa a ser uma visão do mundo que visava cada individuo em si. Os autores que existiam naquela época foram cada vez mais se centrando neles mesmos, assim passaram a retratar dramas humanos, amores que não dava certo, como Romeu e Julieta, desejos de escapismo e idéias utópicos. O século XIX foi marcado pelo lirismo, pela emoção, subjetividade e pelo eu artístico.
As suas características foram o Individualismo, Subjetivismo e Idealização.
Individualismo foi a abertura para manifestações de individualidade, na maioria das vezes eram definidas como emoções e sentimentos.
O Subjetivismo o autor se trata dos assuntos de forma pessoal, de acordo assim com o mundo e com ele. Isso pode se ver facilmente pelos verbos quase sempre em primeira pessoa.
E a Idealização era feita pela imaginação, exagerando em algumas características. Desta forma era possível afirmar que o índio era um herói nacional e que a pátria sempre foi perfeita.
                                        Imagem Liberdade conduzindo o povo de Delacroix 
Principais autores e obras na Europa:

- O escritor Walter Scott publicou “Ivanhoé” em 1819 na Inglaterra.
- O escritor Victor Hugo publicou “Os Miseráveis” em 1862 na França.
- O escritor Johan Wolfgan Von Goethe publicou “Os sofrimentos do jovem Werther” em 1774 na Alemanha.
- O poeta Lord Byron publicou “Peregrinação de Childe Harold” em 1812 na Inglaterra.
Principais autores e obras em Portugal:
1ª. Geração:
- Almeida Garret: Obra “Camões”.
- Alexandre Herculano Eurico: Obra “O Presbítero”.
- Antônio Felício de Castilho: Obra “Cartas de Eco e Narciso”.
2ª. Geração:
- Camilo Castelo Branco: Obra “Amor de Perdição”.
- Soares de Passo: Obra “O Firmamento”.
3ª. Geração:
- Júlio Dinis: Obra “As pupilas do senhor reitor”.
- João de Deus: Obra “Flores do Campo”.
Principais autores e obras brasileiros:
1ª. Geração – Nacionalistas-Indianistas:
- José de Alencar: Obra “Iracema”.
- Gonçalves de Magalhães: Obra “Suspiros Poéticos”.
- Gonçalves Dias: Obra “Canção do Exílio”.
2ª. Geração – Ultra-romantismo/Urbanistas:
- Álvares de Azevedo: Obra “Lira dos Vinte Anos”.
- Casemiro de Abreu: Obra “As primaveras”.
- Fagundes Varela: Obra “Vozes da América”.
- Junqueira Freire: Obra “inspirações do Claustro”.
3ª. Geração – Condoreirismo/Regionalistas:
- Castro Alves: Obra “Espumas Flutuantes”.
- Bernardo Guimarães: Obra “O Seminarista”.
- Visconde de Taunay: Obra “Inocência”.
- Tobias Barreto: Obra “Dias e Noites”.
- Joaquim Manuel Macedo: Obra “A Moreninha”.
- Franklin Távora: Obra “O Cabeleira”.
Machado de Assis participou do romantismo com as obras: “Ressureição”, “A mão e a Luva”, “Helena” e “Iaiá Garcia”. Ao publicar “Memórias Póstumas de Brás Cubas” em 1881 marca formalmente a passagem para o Realismo Brasileiro.

“Ao analisar algumas das principais obras românticas brasileiras, avaliamos os elementos comuns e as características de cada obra.


Em Inocência, Visconde de Taunay apresenta um romance com características ultra-românticas como a idéia do amor ligado à morte, o amor proibido marcado por sofrimento, dificuldades e morte, como características regionalistas valorizando o homem sertanejo, seus costumes típicos e o mundo rural.


Em Iracema, José de Alencar apresenta um romance com características românticas como a impossibilidade de atingir a felicidade, o nacionalismo ufanando as belezas naturais, o indianismo expondo o índio como um herói livre da influência do homem branco e da civilização.


As duas obras reúnem as principais características do romantismo brasileiro, sendo a idealização de suas heroínas o foco dos romances. A fantasia é usada nos romances, sendo que "fantasia" neste caso não significa algo impossível e sim improvável. Exemplificando, não seria impossível Inocência abrir mão do relacionamento com seu pai que acabara de conhecer, mas seria improvável, assim como não seria impossível que Iracema, sendo uma índia utilizasse com um vocabulário tão rico, mas também improvável. A fantasia então neste caso, é a construção da personalidade da mulher idealizada. Em Iracema também percebemos outros traços de fantasia, a partir da fauna e da flora. Esses traços dimensionam a relação com a natureza que Alencar propõe em sua obra. A principal fantasia é o fato de Iracema abrir mão de tudo por um homem então recém conhecido, traço marcante e típico do Romantismo.


Em Inocência, Taunay busca em romances europeus, o elemento fantástico para construção de sua personagem, trazendo os ideais de "mulher perfeita", com fragilidade, ingenuidade e beleza perfeita. O texto apresenta também aspectos do Regionalismo, pois a personagem principal está fisicamente mais próxima da mulher sertaneja."
                                              Imagem Fuzilamento de 3 de maio de Goya

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

ALENCAR, José de. Iracema, São Paulo: L&PM Editores, 2002.
TAUNAY, Visconde de. O viajante. In: Inocência, São Paulo: Martin Claret, 1998.
MASSAUD, Moisés. A criação literária, São Paulo: Cultrix, 1994.
SOARES, Angélica. Gêneros Literários, São Paulo: Ática, 2007.


Modernismo 1ª Parte


A primeira parte do modernismo foi acentuadamente anarquista, revolucionaria e critica atingiu seu objetivo: destruiu as velhas estruturas artísticas e criou uma nova estética, tirou o país do atraso cultural  libertando o Brasil do fascínio pela Europa a principio a poesia moderna se confundiu e desprezou os gêneros; valorizaram a livre associação de idéias, os temas cotidianos, algumas características do modernismo são: buscar o polemico, explorar o nacionalismo, anti-passadismo, anti-gramática, anti-parnasianismo, anti-academia, piadas, paródias e compostos de versos brancos.

No final do século XIX, com o advento da proclamação da república estimula-se a vinda do imigrante que irá substituir a mão escrava. É bom frisar que a abolição da escravatura no Brasil deu-se por pressão da Inglaterra e que apesar de libertar os negros, estes foram excluídos sociais, cultural e economicamente do moído de produção capitalista.

 A expansão da lavoura cafeeira e a conseqüente infra-estrutura comercial para escoamento dessa produção levam uma urbanização das cidades do centro-sul brasileiro, mesmo com as péssimas condições de trabalhos a que eram submetidos camponeses e operários. São Paulo torna-se principal capital econômica do país, seguida de Belo horizonte, graças a República Café, com o Leite, que alterna na presidência do país dos paulistas e mineiros, originários de famílias de tradicionais latifúndios. Estes senhores de terra transforma-se também em poderosos empresário e banqueiro. Surge também uma pequena burguesia comercial e o movimento operário começa a se organizar.

Mario de Andrade (1893-1945)

Mario Raul de Morais Andrade nasceu em São Paulo em nove de outubro de 1893
Apaixonado pela arte matriculou-se no conservatório dramático e musical de São Paulo formando-se em piano. Alem de professor de musica dedicou-se a pintura, ao folclore e principalmente a literatura.
Ocupou cargos importantes, como professor de filosofia e historia da arte na universidade do distrito federal (Rio de Janeiro). Trabalhou em diversas áreas; critica literária, literatura, ficção, musica. Neste campo, escreveu diversos ensaios e uma historia da musica. Mas e na literatura que se encontram seus principais trabalhos.
Mario de Andrade foi um dos principais organizadores do movimento modernista (a semana da arte moderna, Morreu em São Paulo, 25 de fevereiro de 1945.

No romance amar, verbo intransitivo, Mario de Andrade trata da falsa moral burguesa paulistana e de seus preconceitos decadentes, mas é Macunaíma, talvez a sua obra de maior destaque Mario Andrade procurou resgatar o vocabulário regional de varias partes do Brasil.
Algumas de Obras são Paulicéia Desvairada (1922), Losango Caqui (1926), Poesias Completas (1955). Seguidas pelas ficções, Primeiro Andar (1926), Amar, Verbo Intransitivo (1955), Macunaíma (1928).

Empregou sistematicamente provérbios e frases feitas, que reproduzem o falar do povo brasileiro:

...deixa estar jacaré, que a lagoa ha de secar...
Zé prequeté, tira bicho do pé pra comer com café...
Pouca saúde e muita saúva.
Os males do Brasil são.
Acabou-se a história e morreu a vitória.
Não havia mais ninguém lá. Dera tângolo-mângolo na tribo tapanhumas e os filhos dela se acabaram de um em um. Não havia mais ninguém lá.

Arcadismo


          Arcadismo foi uma das correntes artisticas mais difundidas em nosso país, suas caracteristicas são a difusão da natureza e sua exaltação em seus sentidos mais amplos (essa corrente contrapunha-se ao estilo Barroco). Era o culto ao homem natural A ensibilidade do homem bucólico cuja integração com a natureza era algo inevitável e harmonioso.
 






          Seus seguidores e entusiastas visavam o retorno ao universo de referências clássicas, que é proporcional à reação antibarroca do movimento. Os Árcades estavam preocupados em serem simples, racionais, inteligíveis. Eles então buscavam imitar os autores consagrados da Antiguidade, preferencialmente os pastoris.Eles pregavam que não se poderia achar o caminho perfeito sem rebuscar o amago das questões naturais do ser humano.
          Sugere-se por pesquisas, que seu nome origou-se na região da Arcádia (Grécia antiga, na região do peloponeso) berço de sua inspiração poética,  na Europa, deu-se por volta do século XVIII e dai difundindo-se pelo resto do mundo, chegando ao brasil pelos caminhos ligados a Portugal, por volta  de 1768, com a publicação do livro “Obras” de Cláudio Manuel da Costa.
          Essas foram as primeiras publicações que seguindo a postura árcade retravam a colõnia Brasil.
          Nesse período havia um imenso movimento que clamava pelo fim da subjulgada função de colônia perante a coroa portuguesa. Nesse período alguns escritores arcades tiveram muito destaque, todos intimamente ligados a inconfidência mineira, em cujos poemas e publicações, relatavam a vida cotidiana das minas gerais e dos percursos levadaos pela mineração da época e que culminaram com a morte de Tiradentes na chamada inconfidência mineira, cujos principios revolucionários haviam se baseado nas revolução industrial inglesa, a francesa e da luta imposta pelas treze colônias inglesas na américa da qual surgiria mais tarde os Estados unidos.
 Exemplos em forma de fragmentos poéticos, tirados de poemas que visibilizam a estrutura árcade:
Por oposição à espiritualidade (tratada em páginas como O SONETO SAGRADO ou O SONETO FILOSÓFICO) e diferentemente da eterna vitalidade da Criação (tratada em páginas como (O SONETO NATURAL ou O SONETO ANIMAL), tudo que é construído pela mão do Homem é destrutível, efêmero e perecível. Nesta página seleciono casos em que, se a obra humana já não está arruinada, acha-se em vias de sofrer os efeitos da temporalidade, sem contudo abrir mão de algum orgulho pela engenhosidade de quem arquitetou, mesmo que tal orgulho seja eclipsado pela melancolia diante do inexorável. Essa sensação de impotência assalta o poeta mesmo quando não são artefatos humanos os restos contemplados, pois trata-se de constatar que a ação predatória do tempo nada poupa, inclusive coisas que o ser humano não ergueu...(Elson Froes).


CINZAS
[Carlos Porto Carreiro]

Cinzas...Poeira que ardeu, que arrefece e que esfria...
Cinzas...que em tênue bloco um milagre sustenta,
E o vento desmorona e rola em tropelia
E anônimas desfaz na terra pardacenta....

ONDE ESTOU?  
[Cláudio Manuel da Costa]
Onde estou? Este sítio desconheço:
Quem fez tão diferente aquele prado:
Tudo outra natureza tem tomado;

 E em contemplá-lo tímido esmereço.
Árvores aqui vi tão florescentes,
Que faziam perpétua a primavera:
Nem troncos vejo agora decadentes


Os principais autores árcades e suas respectivas obras são:
 Cláudio Manoel da Costa (1729-1789) Obras poéticas
Tomás Antonio Gonzaga (1744-1810) Marilia de Dirceu e Cartas Chilenas
 Basílio da Gama, (1741-1795) O Poema épico O uruguai
Silva Alvarenga (1749-1814)  Glaura
Frei José de Santa Rita Durão. (1722-1784) O Poema épico Caramuru

Fontes:







ARCADISMO

CARTAS CHILENAS


            Cartas Chilenas, foi a forma inteligente politica  e debochada pela qual seu autor, Tomás Antonio Gonzaga, ilustrou suas insatisfações, através de seu personagem “Critilo”,  pseudônimo adotado por ele, para narrar as desaventuras e mazelas politicas e administrativas do então governo instalado em Vila Rica ( Minas Gerais período de 1783 e 1788 ), mascarada de forma inteligente, para um acontecimento  no vizinho país Chile. Seu descontentamento político, aborda as figuras de vários personagens envoltos na cúpula de poder e mesmo em suas rebarbas, satirizados, da fala a vestimenta, dos trejeitos a própria caricaturização, onde são observados os usos e abusos dos personagens ao longo de toda a narrativa poética em forma de cartas, que desenrola-se de forma sempre critica as condutas éticas dos observados, sejam eles os pequenos chefes e seus bajuladores ou do próprio mandante local  o Governador Cunha Menezes.


          O texto, não só trás a tona, a realidade das mazelas administrativas do Governador de Vila Rica,  como também, da própria história política brasileira, na qual em época, desencadeou-se a inconfidência mineira (1789) Minas Gerais, cujo estopim foram justamente, os descasos administrativos, a opressão e desmandos (cobrança de impostos atrasados,  fechamento de fábricas de tecidos brasileiras, trabalho nas minas de ouro entre outros).
            Abaixo um fragmento, das 13 cartas escritas, onde se observa, a critica direta e debochada disposta no texto:
 Agora Fanfarrão, agora falo
 Contigo, e só contigo. Porque causa
 Ordenas, que se faça uma cobrança
 Tão rápida, e tão forte contra aqueles,
 Que ao Erário só devem tênues somas?
 Não tem contratadores que ao rei devem 
 De mil cruzados centos, e mais contos?...(*)

Base de pesquisa.:
ANPUH – XXIII SIMPÓSIO NACIONAL DE HISTÓRIA – Londrina, 2005. Edeílson Matias de Azevedo**- PPG-UFU
Pileti, Nelson/ História do Brasil  (Ed.ática) 1991