segunda-feira, 17 de setembro de 2012

Arcadismo


          Arcadismo foi uma das correntes artisticas mais difundidas em nosso país, suas caracteristicas são a difusão da natureza e sua exaltação em seus sentidos mais amplos (essa corrente contrapunha-se ao estilo Barroco). Era o culto ao homem natural A ensibilidade do homem bucólico cuja integração com a natureza era algo inevitável e harmonioso.
 






          Seus seguidores e entusiastas visavam o retorno ao universo de referências clássicas, que é proporcional à reação antibarroca do movimento. Os Árcades estavam preocupados em serem simples, racionais, inteligíveis. Eles então buscavam imitar os autores consagrados da Antiguidade, preferencialmente os pastoris.Eles pregavam que não se poderia achar o caminho perfeito sem rebuscar o amago das questões naturais do ser humano.
          Sugere-se por pesquisas, que seu nome origou-se na região da Arcádia (Grécia antiga, na região do peloponeso) berço de sua inspiração poética,  na Europa, deu-se por volta do século XVIII e dai difundindo-se pelo resto do mundo, chegando ao brasil pelos caminhos ligados a Portugal, por volta  de 1768, com a publicação do livro “Obras” de Cláudio Manuel da Costa.
          Essas foram as primeiras publicações que seguindo a postura árcade retravam a colõnia Brasil.
          Nesse período havia um imenso movimento que clamava pelo fim da subjulgada função de colônia perante a coroa portuguesa. Nesse período alguns escritores arcades tiveram muito destaque, todos intimamente ligados a inconfidência mineira, em cujos poemas e publicações, relatavam a vida cotidiana das minas gerais e dos percursos levadaos pela mineração da época e que culminaram com a morte de Tiradentes na chamada inconfidência mineira, cujos principios revolucionários haviam se baseado nas revolução industrial inglesa, a francesa e da luta imposta pelas treze colônias inglesas na américa da qual surgiria mais tarde os Estados unidos.
 Exemplos em forma de fragmentos poéticos, tirados de poemas que visibilizam a estrutura árcade:
Por oposição à espiritualidade (tratada em páginas como O SONETO SAGRADO ou O SONETO FILOSÓFICO) e diferentemente da eterna vitalidade da Criação (tratada em páginas como (O SONETO NATURAL ou O SONETO ANIMAL), tudo que é construído pela mão do Homem é destrutível, efêmero e perecível. Nesta página seleciono casos em que, se a obra humana já não está arruinada, acha-se em vias de sofrer os efeitos da temporalidade, sem contudo abrir mão de algum orgulho pela engenhosidade de quem arquitetou, mesmo que tal orgulho seja eclipsado pela melancolia diante do inexorável. Essa sensação de impotência assalta o poeta mesmo quando não são artefatos humanos os restos contemplados, pois trata-se de constatar que a ação predatória do tempo nada poupa, inclusive coisas que o ser humano não ergueu...(Elson Froes).


CINZAS
[Carlos Porto Carreiro]

Cinzas...Poeira que ardeu, que arrefece e que esfria...
Cinzas...que em tênue bloco um milagre sustenta,
E o vento desmorona e rola em tropelia
E anônimas desfaz na terra pardacenta....

ONDE ESTOU?  
[Cláudio Manuel da Costa]
Onde estou? Este sítio desconheço:
Quem fez tão diferente aquele prado:
Tudo outra natureza tem tomado;

 E em contemplá-lo tímido esmereço.
Árvores aqui vi tão florescentes,
Que faziam perpétua a primavera:
Nem troncos vejo agora decadentes


Os principais autores árcades e suas respectivas obras são:
 Cláudio Manoel da Costa (1729-1789) Obras poéticas
Tomás Antonio Gonzaga (1744-1810) Marilia de Dirceu e Cartas Chilenas
 Basílio da Gama, (1741-1795) O Poema épico O uruguai
Silva Alvarenga (1749-1814)  Glaura
Frei José de Santa Rita Durão. (1722-1784) O Poema épico Caramuru

Fontes:







ARCADISMO

CARTAS CHILENAS


            Cartas Chilenas, foi a forma inteligente politica  e debochada pela qual seu autor, Tomás Antonio Gonzaga, ilustrou suas insatisfações, através de seu personagem “Critilo”,  pseudônimo adotado por ele, para narrar as desaventuras e mazelas politicas e administrativas do então governo instalado em Vila Rica ( Minas Gerais período de 1783 e 1788 ), mascarada de forma inteligente, para um acontecimento  no vizinho país Chile. Seu descontentamento político, aborda as figuras de vários personagens envoltos na cúpula de poder e mesmo em suas rebarbas, satirizados, da fala a vestimenta, dos trejeitos a própria caricaturização, onde são observados os usos e abusos dos personagens ao longo de toda a narrativa poética em forma de cartas, que desenrola-se de forma sempre critica as condutas éticas dos observados, sejam eles os pequenos chefes e seus bajuladores ou do próprio mandante local  o Governador Cunha Menezes.


          O texto, não só trás a tona, a realidade das mazelas administrativas do Governador de Vila Rica,  como também, da própria história política brasileira, na qual em época, desencadeou-se a inconfidência mineira (1789) Minas Gerais, cujo estopim foram justamente, os descasos administrativos, a opressão e desmandos (cobrança de impostos atrasados,  fechamento de fábricas de tecidos brasileiras, trabalho nas minas de ouro entre outros).
            Abaixo um fragmento, das 13 cartas escritas, onde se observa, a critica direta e debochada disposta no texto:
 Agora Fanfarrão, agora falo
 Contigo, e só contigo. Porque causa
 Ordenas, que se faça uma cobrança
 Tão rápida, e tão forte contra aqueles,
 Que ao Erário só devem tênues somas?
 Não tem contratadores que ao rei devem 
 De mil cruzados centos, e mais contos?...(*)

Base de pesquisa.:
ANPUH – XXIII SIMPÓSIO NACIONAL DE HISTÓRIA – Londrina, 2005. Edeílson Matias de Azevedo**- PPG-UFU
Pileti, Nelson/ História do Brasil  (Ed.ática) 1991









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